quinta-feira, 5 de maio de 2011

A cibercultura seria fonte de exclusão?

POR MICLHELE RIBEIRO

 
Cap. 18- Respostas a algumas perguntas freqüentes
         18.1- A cibercultura seria fonte de exclusão?

“...desenvolvimento da cibercultura (...) fator suplementar de desigualdade e exclusão...” (p.235)

“O número de pessoas que participam da cibercultura aumenta em ritmo exponencial...” (p.236)

“ Os excluídos serão portanto, numericamente, cada vez menos.” (p.236)

“...uma vez adquirido o uso da leitura e da escrita, o uso do ciberespaço pelos indivíduos e  organizações requer poucos conhecimentos teóricos.” (p.237)

“Não havia iletrados antes da invenção da escrita”. (p.237)

“Apenas não se trata mais de adesão ao sentido, mas sim de conexão.” (p.238)

“Suas fronteiras são imprecisas, móveis, provisórias.” (238)


Cap 18.
18.1- Ao desenvolver o tema “ A cibercultura seria fonte de exclusão?”, Lévy revela, mais uma vez, sua faceta otimista quanto a cibercultura. A resposta para seu questionamento inicial é dada em três tópicos e antecedida de um texto introdutório.


Neste momento o autor admite uma possibilidade de exclusão, mas argumenta que seria apenas um suplemento neste quesito.
Entre as possíveis causas excludentes ele lista a carência econômica dos países em desenvolvimento, o que dificultaria a aquisição de equipamentos e competências para o acesso ao ciberespaço.
O autor lembra ainda, que existem questões culturais de formas de comunicação que precisam ser vencidas, e que essa nova maneira de comunicar pode gerar sentimento de incompetência em quem não o domina.

1ª resposta: É preciso observar a tendência de conexão e não seus números absolutos

O autor revela que a taxa de crescimento das conexões com o ciberespaço demonstra uma velocidade de apropriação social superior à de todos os sistemas anteriores de comunicação, e que o número de pessoas que participam da cibercultura aumenta em ritmo exponencial desde o fim dos anos 80. Lévy conclui que os excluídos serão, portanto, numericamente, cada vez menos.

2ª resposta: será cada vez mais fácil e barato conectar-se

Levy argumenta que os sentimentos de incompetência são cada vez menos justificados, já que uma pessoa com habilidade de ler e escrever, precisará de poucos conhecimentos técnicos para acessar equipamentos e programas de conexão.

3ª resposta: qualquer avanço nos sistemas de comunicação acarreta necessariamente alguma exclusão

Ao introduzir esta resposta, ao autor explica: “ Não havia iletrados antes da invenção da escrita.”, com isto, ele deixa claro que toda a novidade precisa de um tempo de adaptação e que irremediavelmente fará alguns excluídos, mas que isso não é forte o suficiente para parar o crescimento das formas de comunicação. Ainda defendendo esta tese, Lévy afirma que nem mesmo os meios totalizadores englobam o todo.

O autor diz ainda que a diferença entre a cibercultura e as demais maneiras de comunicar, e excluir, é que neste caso trata-se de conexão ao invés de adesão ao sentido. Metaforicamente, ele lembra a diversidade presente no ciberespaço: “ a cibercultura reúne de forma caótica todas as heresias. Mistura cidadãos e bárbaros; pretensos ignorantes e sábios”, mas que mesmo com suas divisões e junções, esse modelo de espaço possui fronteiras móveis, provisórias e imprecisas.

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