segunda-feira, 4 de julho de 2011

Conheça algumas frequências de rádios da região

TEIXEIRA DE FREITAS:
Rádio Cidade FM 87,9
Rádio Caraípe FM 100,5
Rádio Sucesso FM 104,9
ITAMARAJU:
Rádio Extremo Sul AM
Rádio FM 99,9
Rádio Jacarandá AM 710 (Eunápolis)
"O Pai do Rádio"

Guglielmo Marconi nasceu em Bolonha, Itália em 25 de Abril de 1875. Filho de pai Italiano e mãe irlandesa, (Guiseppe e Annie Jamerson), educou-se em Bolonha e Florença. Conheceu Righi na Universidade de Bolonha, e pelos resultados de Hertz, inferiu que por intermédio de tais ondas poderiam ser transmitidas mensagens.
Na primavera de 1895, aos 21 anos, Marconi fez sua primeira transmissão usando ondas eletromagnéticas como portadora. Entre 1896 e 1901, foram 1.895 experimentos que descortinaram a telegrafia sem fio. Em 1901, em São João (Terra Nova), ocorreu a primeira transmissão de rádio transoceânica, feita por Marconi. Era inaugurada a era do rádio, com enormes conseqüências na História da Humanidade.
A descrição de Marconi como "O Pai do Rádio" é atribuída a Aleksandr Popov (1859-1906), cientista russo contemporâneo que foi um dos pioneiros no uso de ondas Hertzianas. Popov também é considerado um dos pais do rádio (N.B. Em 5 de Novembro de 1898, Popov e Ducretet implementavam um enlace de rádio entre a Torre Eiffel e o Panthéon). Em 1890, o Prof. Édouard Branly da "Universidada Católica de Paris" desenvolveu o rádio condutor, sensível a ondas eletromagnéticas.
O dispositivo consiste de enchimentos metálicos colocados entre plugs metálicos em um tubo. A aplicação de um onda eletromagnética altera (diminui) a resistência entre os terminais. Sir Oliver Lodge (1851-1940), pioneiro Inglês do rádio, cunhou o termo coesor para o dispositivo de Branly e o aperfeiçoou. O método usado por Marconi na recepção de ondas de rádio foi o coesor.
Os primeiros experimentos foram conduzidos em seu "Laboratório" na mansão Il Griffone, propriedade de seus pais. Durante 1896, Marconi mudou-se para a Grã-Betanha, onde em 02/06/1896 depositou a patente "Improvements in Transmitting Electrical Impulses and Signals, and in Apparatus Thereof". A patente n. 12039 de 2/6/1896, incluia as palavras "I Believe that I am the first to discover and use any practical means for effective telegraphic transmission and intelligible reception of signal produced by artificially-formed Hertz oscillations".
As primeiras exibições públicas aconteceram no verão de 1896 em Londres. Dado o grande sucesso, iniciou-se uma muito longa série de experimentos. Em Maio de 1897, foram trocadas mensagens entre pontos situados a 9 milhas de distância no canal de Bristol. Retornando a Itália, Marconi conduziu experimentos no barco San Marino, 18 km distante da costa. Em 1898, a companhia de navegação Lloyds iniciou uma série de contratos com a firma fundada por Marconi. Em 1898, Lord Kelvin enviou a primeira mensagem paga (por insistência do próprio Kelvin) entre a Ilha de Wight e Bournemouth. Um serviço regular de rádio telegrafia entre Inglaterra e França foi inaugurado em Março de 1899. No estabelecimento da primeira ligação de rádio sobre o canal da Mancha, com estações entre Douvres e Wimereux, foi transmitida a mensagem: <<Sr. Marconi envia ao Sr. Branly seus respeitosos cumprimentos, pela telegrafia sem fio através da Mancha, este belo resultado sendo em parte devido às notáveis contribuições do Sr. Branly>>. Finalmente em 1900, Marconi conseguiu realizar múltiplas transmissões no mesmo equipamento, explorando o fenômeno da Sintonização. No final de 1900, Marconi iniciou seu mais ambicioso objetivo.
Em 1903, os Italianos construíram uma estação para a radiocomunicação com Buenos Aires (8.000 km de distância). Em 12/10/1931, um telecomando acionado em Roma por Marconi, acionou a chave geral da iluminação do Cristo Redendor, no Rio de Janeiro. Recebeu o Nobel de Física em 1909, compartilhado com Ferdinand Braun. O rei da Itália nomeou-o, no mesmo ano, senador. Em 1929 recebeu o título de Marquês.




A HISTÓRIA...
 Olááááááá ouvinte, aumentem o volume, grudem o ouvido, e se deixem levar pela imaginação dos fascínios e histórias do glorioso rádio.
* Invenção, radiografia de Marconi e a patente de Landell de Moura.
Grandes contradições contornam a verdadeira história da invenção de
um dos maiores meios de comunicação de massa: o rádio. Mas podemos dizer que houve contribuição de vários personagens. Entre eles o físico escocês James Clerk Maxwell, em 1864; o alemão Heinrich R. Hertz, que descobriu as ondas de rádio, em 1887; e o italiano Guglielmo Marconi, em 1895, por ter a idéia de transmitir sinais através do éter, e fazer história ao transmitir uma regata realizada no Canal da Mancha, em 1901, completando esses, que foram os primeiros passos da radiodifusão.
Tido como louco e adepto de bruxaria, o padre gaúcho Landell de Moura, teve papel importante nessa história. No ano de 1892, em Campinas-SP, ele transmitiu e recebeu palavra humana através do espaço, utilizando uma válvula que o próprio inventou e fabricou. Landell recebeu do governo brasileiro, em 1900, uma patente, o que o considerava o verdadeiro inventor do rádio.
* 20 anos depois… A Primeira estação radiofônica…
No dia 2 de novembro de 1920, surge nos Estados Unidos a primeira estação da rádio moderna: a emissora KDKA. Os equipamentos utilizados por ela eram fabricados pelaWestinghouse.
*A implantação do rádio no Brasil
Em 1922, mais precisamente em 7 de setembro, na festa do centenário da Independência, foi feita a primeira transmissão radiofônica no Brasil. Um ano depois foi fundada a primeira emissora de rádio no país: a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Idealizada por Roquette Pinto (1889-1954). Ele apresentou o Jornal da Manhã, se tornando o primeiro locutor de rádio do Brasil. O programa consistia na leitura e comentário das notícias do jornal impresso.


Graham Bell e o telefone

Alexander Graham Bell nasceu em Edimburgo, na Escócia. Sua família tinha tradição na correção da fala e no treinamento de portadores de deficiência auditiva. O avô, Alexander Bell, ex-sapateiro, era professor de elocução e foniatria no teatro. Sua mãe, Eliza Grace Symonds, havia ficado surda muito jovem.
Aos 14 anos, Alexander Graham Bell e seus irmãos construíram uma reprodução do aparelho fonador. Numa caveira, montaram um tubo, com "cordas vocálicas", palato, língua, dentes e lábios. Com um fole, sopravam a traquéia e a caveira balbuciava "ma-ma", imitando uma criança.
Graham Bell passou por três universidades: em Edimburgo, depois em Londres e, por fim, em Würzburg, na Alemanha, onde se formou em medicina. Aos 21 anos tornou-se assistente do pai, em Londres.
Bell teve oportunidade de ver a invenção do professor alemão Philip Reis, que havia juntado dois pedacinhos de madeira e aço, conseguindo construir um estranho aparelho capaz de transmitir sons, batizado como telefone. Ao vê-lo, Bell achou que a eletricidade poderia aperfeiçoá-lo e teve a idéia de construir um aparelho capaz de transmitir notas musicais à distância usando eletricidade.
Durante os anos de 1873 e 1874, Bell fez experimentos. Se fosse possível transmitir um conjunto de notas musicais, seria possível também transmitir a voz humana. Por outro lado, a transmissão de diferentes notas musicais poderia ser utilizada para enviar muitas mensagens telegráficas simultaneamente pelo mesmo fio. Bell falava sobre suas idéias e experimentos, e Sanders e Hubbard ficaram interessados no projeto do "telégrafo harmônico" ou telégrafo musical. Hubbard investigou, junto ao Escritório de Patentes e não havia nenhum registro.
Enquanto Bell estava trabalhando, derrubou uma pilha e os ácidos corrosivos caíram sobre a mesa e em suas roupas. Bell gritou: "Sr. Watson, venha cá, preciso do senhor!" Watson ouviu a mensagem pelo telefone, e foi até ele. Bell estava com 29 anos e tinha, afinal, inventado o telefone. Bell sabia que havia urgência em patentear seu invento e entregou o pedido no Escritório de Patentes no dia 14 de fevereiro de 1876, apenas duas horas antes de que o mesmo fosse feito por Elisha Gray.

Logo o telefone sofreu notáveis melhoramentos e difundiu-se com rapidez. Bell poderia ter enriquecido, mas não se sentia seduzido pelos negócios e preferiu deixá-los em mãos dos sócios, seu assistente Watson, o sogro Hubbard e Thomas Sanders. O inventor continuou a se ocupar com a instrução dos surdos-mudos e dedicar-se a novas experiências.

Dedicou-se ao estudo da nutrição e do nascimento de carneiros, esforçou-se para fazer com que animais aprendessem a emitir sons humanos, e realizou experiências com pipas, erguendo um homem à altura de cem metros. Seus estudos mais profundos foram dedicados à acústica. Conseguiu construir um aparelho capaz de desenhar a forma das ondas acústicas correspondentes aos vários sons e conseguiu modular um feixe luminoso por meio da voz.

Apesar de todo o sucesso, o telefone o perturbava. Mantinha o seu aparelho envolto em papel e nunca o usava. Em 1915, foi inaugurada a primeira linha transcontinental norte-americana. Convidado à inauguração, Bell conseguiu que, na outra extremidade da linha, ficasse seu assistente Watson.

Quando morreu em sua casa de Baddeck, no Canadá (na condição de cidadão dos EUA), todos os telefones dos Estados Unidos, em sinal de luto, foram silenciados por um minuto, numa última homenagem ao homem que havia dado ao mundo um dos mais eficientes meios de comunicação


quinta-feira, 5 de maio de 2011

A cibercultura seria fonte de exclusão?

POR MICLHELE RIBEIRO

 
Cap. 18- Respostas a algumas perguntas freqüentes
         18.1- A cibercultura seria fonte de exclusão?

“...desenvolvimento da cibercultura (...) fator suplementar de desigualdade e exclusão...” (p.235)

“O número de pessoas que participam da cibercultura aumenta em ritmo exponencial...” (p.236)

“ Os excluídos serão portanto, numericamente, cada vez menos.” (p.236)

“...uma vez adquirido o uso da leitura e da escrita, o uso do ciberespaço pelos indivíduos e  organizações requer poucos conhecimentos teóricos.” (p.237)

“Não havia iletrados antes da invenção da escrita”. (p.237)

“Apenas não se trata mais de adesão ao sentido, mas sim de conexão.” (p.238)

“Suas fronteiras são imprecisas, móveis, provisórias.” (238)


Cap 18.
18.1- Ao desenvolver o tema “ A cibercultura seria fonte de exclusão?”, Lévy revela, mais uma vez, sua faceta otimista quanto a cibercultura. A resposta para seu questionamento inicial é dada em três tópicos e antecedida de um texto introdutório.


Neste momento o autor admite uma possibilidade de exclusão, mas argumenta que seria apenas um suplemento neste quesito.
Entre as possíveis causas excludentes ele lista a carência econômica dos países em desenvolvimento, o que dificultaria a aquisição de equipamentos e competências para o acesso ao ciberespaço.
O autor lembra ainda, que existem questões culturais de formas de comunicação que precisam ser vencidas, e que essa nova maneira de comunicar pode gerar sentimento de incompetência em quem não o domina.

1ª resposta: É preciso observar a tendência de conexão e não seus números absolutos

O autor revela que a taxa de crescimento das conexões com o ciberespaço demonstra uma velocidade de apropriação social superior à de todos os sistemas anteriores de comunicação, e que o número de pessoas que participam da cibercultura aumenta em ritmo exponencial desde o fim dos anos 80. Lévy conclui que os excluídos serão, portanto, numericamente, cada vez menos.

2ª resposta: será cada vez mais fácil e barato conectar-se

Levy argumenta que os sentimentos de incompetência são cada vez menos justificados, já que uma pessoa com habilidade de ler e escrever, precisará de poucos conhecimentos técnicos para acessar equipamentos e programas de conexão.

3ª resposta: qualquer avanço nos sistemas de comunicação acarreta necessariamente alguma exclusão

Ao introduzir esta resposta, ao autor explica: “ Não havia iletrados antes da invenção da escrita.”, com isto, ele deixa claro que toda a novidade precisa de um tempo de adaptação e que irremediavelmente fará alguns excluídos, mas que isso não é forte o suficiente para parar o crescimento das formas de comunicação. Ainda defendendo esta tese, Lévy afirma que nem mesmo os meios totalizadores englobam o todo.

O autor diz ainda que a diferença entre a cibercultura e as demais maneiras de comunicar, e excluir, é que neste caso trata-se de conexão ao invés de adesão ao sentido. Metaforicamente, ele lembra a diversidade presente no ciberespaço: “ a cibercultura reúne de forma caótica todas as heresias. Mistura cidadãos e bárbaros; pretensos ignorantes e sábios”, mas que mesmo com suas divisões e junções, esse modelo de espaço possui fronteiras móveis, provisórias e imprecisas.

A aprendizagem coletiva e o novo papel dos professores, sob a ótica de Pierre Lévy

POR MARLENE ROCHA
 
Pierre Lévy, no  capítulo XI do seu livro “Cibercultura”, trata sobre “As mutações da educação e a economia do saber”.
Ao falar sobre “A aprendizagem aberta e a distância”, destaca que os sistemas educacionais da atualidade encontram-se submetidos a novas restrições no que diz respeito à quantidade, diversidade e velocidade de evolução dos saberes, afirmando que “não será possível aumentar o número de professores proporcionalmente à demanda de formação que é, em todos os países do mundo, cada vez maior e mais diversa”.
Quando trata especificamente sobre “A aprendizagem coletiva e o novo papel dos professores”, diz que o ponto principal dessa temática é a mudança qualitativa nos processos de aprendizagem. Segundo Lévy, a direção mais promissora, que por sinal traduz a perspectiva da inteligência coletiva no domínio coletivo, é a da aprendizagem cooperativa.
Alguns dispositivos utilizados nessa aprendizagem em grupo e à distância, são especificamente concebidos para o compartilhamento de diversos bancos de dados e o uso de conferências e correio eletrônico. Fala-se então em aprendizagem cooperativa assistida por computador.
De qualquer lugar do mundo, numa sala de conferências online, um professor pode, simultaneamente, administrar aulas para diversas classes espalhadas pelos quatro cantos, mediante salas de teleconferências, usando em cada ambiente apenas um moderador. Os professores e os estudantes partilham os recursos materiais e informacionais de que dispõem. Assim, professores e estudantes aprendem simultaneamente, atualizando tanto seus saberes disciplinares quanto suas competências pedagógicas. O professor que atua na educação aberta e à distância deve ter uma formação contínua.
Os estudantes participam de conferências eletrônicas desterritorializadas e, por serem em grande número, podem contar com intervenção de excelentes professores e pesquisadores de sua disciplina, tendo em vista o custo benefício de um professor abrangendo inúmeras salas ao mesmo tempo. A principal função do professor deixa de ser a de difusor de conhecimentos e passa a ser o de incentivador da aprendizagem e do pensamento. Torna-se um animador da inteligência coletiva dos grupos que estão a seu encargo. O centro da sua atividade será o acompanhamento e a gestão das aprendizagens.
Quando fala do “Rumo a uma regulamentação pública da economia do conhecimento”, Lévy cita trabalhos versando sobre a multimídia como suporte de ensino ou sobre os computadores como substitutos incansáveis dos professores. E, quando trata do “Saber-fluxo e dissolução das separações”, afirma que o velho esquema segundo o qual aprende-se uma profissão na juventude para exercê-la durante o resto da vida encontra-se ultrapassado, visto que o aprender é contínuo e, as constantes mudanças que levam os indivíduos a migrarem de profissão várias vezes em suas carreiras. Há uma grande diferença entre período de aprendizagem e período de trabalho, visto que se aprende o tempo todo.
Fugindo um pouco da abordagem segundo Lévy, busquei informações em trabalhos científicos atuais. Num trabalho intitulado “Investigando o papel do professor em curso de educação à distância” de Patrícia da Cunha Garcia Voigt e da Professora Doutora Lígia Silva Leite, ambas da Universidade Católica de Petrópolis, encontrei um quadro comparativo entre o professor presencial e o professor de EAD, bem interessante:
PROFESSOR PRESENCIAL
PROFESSOR DA EAD
* De mestre (que controla e administra as aulas).
* Para parceiro (prestador de serviços quando o aluno sente necessidade ou conceptor – realizador de materiais).
* Só se atualiza em sua área específica;
* Atualização constante, não só de sua disciplina;
* Passar do monólogo sábio de sala de aula;
* Para o diálogo dinâmico dos laboratórios, salas de meios, e-mails, telefone, etc.;
* Do monopólio do saber;
* À construção coletiva do conhecimento, através da pesquisa;
* Do isolamento individual;
* Aos trabalhos em equipes interdisciplinares e complexas;
* Da autoridade;
* À parceria;
* Formador – orienta o estudo e a aprendizagem, ensina a pesquisa, a processar a informação e a aprender.
* Pesquisador – reflete sobre sua prática pedagógica, orienta e participa da pesquisa de seus alunos...
(Belloni, 2001 p: 83)

Diante do quadro apresentado acima, podemos perceber um novo papel para o professor que antes era o “formador”, o “mestre” e agora, diante das novas tecnologias, surge como “pesquisador” e “parceiro”. O professor assume o papel de colega, mediador, motivador e facilitador do conhecimento.

O ciberespaço, a cidade e a democracia eletrônica

 
 Em fim o autor propõe pensar os espaços diferentes de forma crítica. O do território e o da inteligência coletiva. Segundo ele acesso para todos, por exemplo, não deverá ser o acesso ao equipamento, mas a poderes decisórios dessa nova conectividade. Lévy defende principalmente o controle por parte da população.

UNIVERSAL SEM TOTALIDADE: ESSÊNCIA DA CIBERCULTURA

POR JOÃO PEREIRA

A cada minuto novos computadores são interligados a internet, novas informações são injetadas na rede, tornando o ciberespaço ainda mais universal. O universo da cibercultura não possui centro, nem linha diretriz. Aceita a todos, colocando em contato dois pontos quaisquer, seja qual for a diferença entre eles.
Isso não que dizer que a universalidade do ciberespaço é neutra, uma vez que, ela já tem – e terá mais ainda no futuro – imensas repercussões nas atividades econômicas, políticas e culturais dos povos.
Essa universalidade desprovida de significado central, é chamada por Lévy de “universal sem totalidade”; constitui a essência paradoxal da cibercultura.
A escrita e o universo totalizante
Para, realmente, entendermos as mudanças contemporâneas da civilização, faz-se necessário falar sobre a primeira grande transformação que permitiu o surgimento das mídias: a passagem das culturas da oralidade para as culturas da escrita. Assim, o ciberespaço tem um efeito tão radical sobre as comunicações de hoje, como teve, em seu tempo, a invenção da escrita.
MÍDIAS DE MASSA E TOTALIDADE
As mídias de massa dão continuidade à linguagem cultural do universo totalizante iniciado pela escrita. A mensagem midiática é composta de forma a encontrar o “denominador comum” mental de seus destinatários; tendo em vista o mínimo de suas capacidades interpretativas.
Lévy destaca uma semelhança entre as midias eletrônicas e impressa, a mensagem midiática não pode explorar o conceito particular no qual o destinatário evolui e negligenciar sua singularidade, seus links sociais, sua microcultura, sua situação específica em um momento dado.
É este dispositivo, ao mesmo tempo redutor e conquistador, que fabrica o “público” indiferenciado das mídias de “massa”.
Segundo Lévy, o rádio e televisão, possuem uma segunda tendência complementar à primeira. Elas frazem na sociedade uma espécie de macro-contexto flutuante, sem memória, em rápida evolução – o que se percebe, particularmente nas transmissões “ao vivo”.
A principal diferença entre o contexto midiático e o contexto oral é que os telespectadores, quando estão envolvidos por uma transmissão, numa são atores ativos, noutra, são sempre passivos.
O rádio e a televisão rompem com a pragmática da comunicação, pois, não permitem uma verdadeira reciprocidade, tampouco interações transversais entre participantes.
COMPLEXIDADE DOS MODOS DE TOTALIZAÇÃO
A luz do pensamento de Pierre Lévy, em todos os casos, a totalização ocorre. Cada um à sua maneira, os veículos de comunicação tentam recolocar no plano de realidade que inventam uma forma de coincidência com os seus públicos alvos.
O universal passou a ser uma espécie de “aqui e agora” virtual da humanidade.
Ainda que o universal e a totalização estejam desde sempre vinculados, sua conjunção emana tensões fortes, contradições dolorosas que as novas mídias polarizadas pelo ciberespaço, talvez, permitam desatar. Esse desligamento, de acordo a Lévy, não é, de forma alguma, garantido, nem automático.
Finalizando este tema, Lévy informa que o estudo das técnicas de comunicação propõe, e os humanos dispõem. São eles que decidem deliberadamente ou na semi-inconsciência dos efeitos coletivos do universo cultural que constroem juntos. Lévy conclui asseverando que “é preciso, ainda que tenham percebido a possibilidade de novas escolhas”.   
Ora, a cybercultura, terceiro estágio da evolução, mantém a universalidade ao mesmo tempo em que dissolve a totalidade. Corresponde ao momento em que nossa espécie, com a planetarização econômica, com a densificação das redes de comunicação e transporte, tende a formar apenas uma comunidade mundial, mesmo que essa comunidade seja — e como é! — desigual e conflituosa. Única de seu gênero no reino animal, a humanidade reúne toda a sua espécie numa única sociedade.

Resumo - O som da cibercultura

Por Daiane Leite
 
LÉVY, Pierre. O som da cibercultura. In: ___. Cibercultura. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 1999. Cap. 8, p. 135 – 143.

RESUMO

Pierre Lévy, titular da cadeira de pesquisa em inteligência coletiva na Universidade de Ottawa, Canadá, e doutor em Sociologia e Ciência da Comunicação, em seu livro intitulado no Brasil como “Cibercultura”, introduz a obra se “auto caracterizando” como otimista, talvez por defender a cultura cibernética.  Dividido em três partes, Cibercultura define, propõe e expõe o tema e os seus problemas a respeito da nova cultura globalizada. Na “Segunda parte: proposições”, mais especificamente, no capítulo VIII, em “O som da cibercultura”, Lévy explora a dimensão artística sob o ângulo da prática da criação e da apreciação. Fraciona os estágios tradicionais da produção musical, onde os artistas fabricavam e os espectadores apreciavam, para ilustrar a nova forma de se fazer música. Esclarece o termo “música tecno” como trabalho resultante de arranjos e amostragens já existentes. A música, já globalizada, agora generaliza as funções, tornando os espectadores peças importantes na produção e co-produção - não só pelo feedback, mas pelo fácil sistema de composição. Cita a música pop como hino universal, porém, defende a imortalidade da música regional explicando que a música pop nada mais é do que um aglomerado de todas as regionalidades do planeta. A ideia de apreciação da arte é exposta de uma forma diferente, já que os artistas são os que ouvem e vice-versa. E a criatividade musical é feita acima de um banco de dados de músicas, ou trechos destas, já existentes. A música tecno, enfim, esclarece a lei da cibercultura: quanto mais universal for, menos totalizável é.

A Inteligência Coletiva, Veneno e Remédio da Cibercultura

Por Rubens Floriano

A Inteligência Coletiva, Veneno e Remédio da Cibercultura.

À luz do pensamento de Pierre Lèvy, “O ciberespaço como suporte da inteligência coletiva é uma das principais condições de seu próprio desenvolvimento. Toda a história da cibercultura testemunha largamente sobre esse processo de retroação positiva, ou seja, sobre a auto-manutenção da evolução das redes digitais. Esse é um fenômeno complexo e ambivalente".

Autor do livro Cibercultura, Lèvy debruçou-se sobre a problemática acerca do posicionamento do o individuo diante das novas possibilidades de agrupamento e difusão de ideias, da descentralização da cultura, exposição do cotidiano e outros efeitos da rede na vida em sociedade.

Para Lévy, o ciberespaço apenas oferece à inteligência coletiva um ambiente propício, não determinando seu desenvolvimento; e surgem nesse ambiente, novas formas de exclusão.

- isolamento e sobrecarga cognitiva, (estresse);
- dependência, (vícios);
- dominação, (domínio de potências econômicas);
- exploração, (vigilância, prejuízos para o terceiro mundo);
- bobagem coletiva, (rumores, acúmulo de informações vazias)

Para Lèvy, a inteligência coletiva que se desenvolve no ciberespaço acelera a alteração tecno-social; aquele que não dominar as novas técnicas será excluído do processo.
“Devido a seu aspecto participativo, socializante, descompartimentalizante, emancipador, a inteligência coletiva proposta pela cibercultura constitui um do melhores remédios para o ritmo desestabilizante, por vezes excludente, da mutação da técnica”.

Sugestões para discussão:

- definição de “inteligência coletiva”. (O que seria? Quando surge? È senso comum? Qual o papel dos conflitos na construção dessa inteligência?)

- A tecnologia não seria perseguidora da cultura. (seus impactos seriam involuntários; geralmente objetiva resolver um problema latente ou uma necessidade futura; o domínio do fogo, a eletrônica, a energia atômica).

- A tecnologia seria um produto da sociedade. (a humanidade busca na tecnologia a facilitação de ações, sejam elas boas ou não, individuais ou coletivas; não seria uma questão apenas técnica, cultural ou econômica, mas mista, com efeitos subjetivos).

- O institucional representa perigo? Seria a criação de uma inteligência coletiva dirigida e unilateral? (regimes opressores e a comunicação; o despreparo da massa para processar a informação e antever seus efeitos; as redes sociais, o anonimato e os conflitos das diferentes realidades)

- O domino das técnicas e a cibercultura. (para o uso pleno do potencial de produção se faz necessário o domínio da técnica; a Medicina e suas especialidades, o Direito, etc.; o domínio da técnica seria a tecnologia específica.)

quinta-feira, 17 de março de 2011

Lévy, Pierre. Cibercultura. Conflitos de interesse e diversidade dos pontos de vista. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 1999. Cap. 8, p. 199

Faculdade do Sul da Bahia
Curso: Comunicação Social / Jornalismo
Período:
Orientador: José Lêoncio
Acadêmica: Mirian O. Ferreira


Pontos de vista das Mídias: Como fazer sensacionalismo com a net?

Pierre defende, entre outras coisas, um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis hoje na hora de promover a informação. Os profissionais das áreas de comunicação devem ter em mente que a Internet consolida-se como a nova mídia. Centralizando em um único veículo, o entretenimento da televisão somado aí uma gama de recursos como animações, charges, vídeo, fotografia, áudio e uma interatividade jamais comparada a qualquer outro meio de comunicação.

O jornalismo hoje está em crise, pois o modelo tradicional onde a informação de qualidade era centralizada está obsoleto. Colunistas viraram blogueiros e neste cenário o papel dos jornalistas deixou de ser o de especialista, aquele que detém o conhecimento, passando a atuar como mais uma conexão em uma sociedade que atua em rede.

O desenvolvimento das tecnologias digitais e a profusão das redes interativas querem ou não, colocam a humanidade diante de um caminho sem volta: já não somos como antes. As práticas, atitudes, modos de pensamento e valores estão, cada vez mais, sendo condicionados pelo novo espaço de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores: o ciberespaço.

Hoje, há muitas formas de expressão e exposição das idéias e produtos em todo o meio midiático mundial, por isso, é um truísmo dizer que, na contemporaneidade, o avanço tecnológico e científico estabelecido pelo surgimento de novos métodos e equipamentos da informática, de novos conceitos e convicções de comunicação é fruto de uma sociedade capitalista, sinalizada pelos parâmetros do consumismo e regrada pela veemente globalização. Assim, diante desse quadro, a sociedade se depara com uma obsessão fetichista perante toda essa tecnologia (tecnofetichismo). E exposta pelas noções como cibercultura, ciberespaço, advindos do surgimento da realidade virtual.
Por isso, a questão que se põe em pauta neste trabalho é a observação de alguns mecanismos trazidos pelas notícias, como pelas próprias propagandas empregadas na internet como uma forma de sensibilizar, atrair e seduzir o público para a obtenção de tal informação ou produto. E ainda de outro ponto de vista, chama-se de “Cibersexo” uma relação sexual á distancia por intermédio da rede e de combinações de realidade virtual, compreendendo óculos estereoscópicos, sensores de movimento e apalpadores sobre as zonas eróticas. Uma espécie de telemasturbação usando equipamentos de aparência sadomasoquista.
Existem também, ao contrário do “Cibersexo”, a máfia, os terroristas e as fotos para pedófilos tudo na rede (assim como em outros lugares).
Segunda Lévy, a realidade não é sensacionalista o bastante. A conotação negativa é apresentada na rede por algumas mídias vem também do fato de que, como já foi falado diversas vezes, o ciberespaço é justamente uma alternativa para as mídias de massa clássica. De fato, é permitido que os indivíduos e os grupos encontrem as informações que lhes interessam e também que difundam sua versão dos fatos (inclusive com imagens) sem passar pela intermediação dos jornalistas. O ciberespaço encoraja uma troca recíproca e comunitária, enquanto as mídias clássicas praticam uma comunicação unidirecional na qual os receptores estão isolados uns dos outros. Existem, portanto uma oposição de princípios, entre as mídias e a cibercultura, o que explica o reflexo deformado que uma oferece da outra para o público.
O que obviamente não impede que alguns jornalistas utilizem apaixonadamente todos os recursos da internet, e não proíbe de forma alguma que a maior parte das grandes mídias ofereça uma versão on-line de seus serviços.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Fichamento

Faculdade do Sul da Bahia
Curso: Comunicação Social / Jornalismo
Período:
Orientador: José Lêoncio
Acadêmica: Mirian O. Ferreira


Fichamento
O Dilúvio
Pierre Lèvy
 
Pierre Lévy, fez mestrado em História da Ciência e doutorado em Sociologia e Ciência da Informação e da Comunicação, na Universidade de Sorbonne, França. Trabalha desde 2002 como titular da cadeira de pesquisa em inteligência coletiva na Universidade de Ottawa, Canadá. É membro da Sociedade Real do Canadá (Academia Canadense de Ciências e Humanidades).

Dilúvio é a introdução do livro Cibercultura, e a proposta deste livro é justamente pensar a cibercultura, o autor Pierre Lèvy diz que por mais que seja otimista ele não pode prometer que a internet venha resolver todos os problemas culturais e sociais do planeta, no entanto é possível reconhecer dois fatos: Em primeiro lugar, que o crescimento do ciberespaço resulta de um movimento internacional de jovens ávidos para experimentar, coletivamente, formas de comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem. E em segundo lugar, que estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação, e cabe apenas a nós explorarmos as potencialidades mais positivas deste espaço nos planos econômicos, políticos, cultural e humano.
Levy lembra que, aqueles que denunciavam a cibercultura são semelhantes aqueles que denunciavam o rock dos anos 50 ou 60, que não acabou com a fome e a miséria no mundo, mas nem por isso deixou de contribuir nas aspirações e sonhos da juventude. O cinema também foi criticado no seu nascimento e hoje é reconhecido como uma arte completa.

Para Levy, o problema não é ser a favor ou contra, mas permanecermos abertos as novidades e as mudanças, ou seja, ao “conhecer”. Os argumentos de que a rede está se tornando cada vez mais uma finalidade mercadológica e paga não cola, uma vez que sistemas mais antigos também geraram e ainda geram mercado. Os serviços pagos aumentam, mas também, os serviços gratuitos.
 Levy afirma que, não são os pobres que se opõem a rede, mas, sim aqueles, cujos poderes estão sendo ameaçados. Ele lembra que, numa entrevista nos anos 50, Albert Einstein reconheceu a explosão de três bombas: a bomba Atômica, a bomba Demográfica e a bomba das Telecomunicações. Em apenas um século, a humanidade sextuplicou, passando de 1 bilhão para 6 bilhões de pessoas.
Para o problema da superpopulação existem duas soluções: ou a guerra ou a integração facilitada pelas telecomunicações. Com o dilúvio “informacional” que deparamos atualmente, nos resta perguntar onde está Noé? E o que deve ser colocado na Arca? Levy reconhece que o dilúvio informacional não terá fim e, temos que ensinar nossos filhos a nadar e navegar nesse universo. Também, neste novo mundo existem diversas arcas navegando. Cada qual tentando salvar a sua parcela e preservar a diversidade.
Segundo Levy, na oralidade a informação não tem mobilidade social, na escrita já supera a dimensão de tempo e espaço e, na virtualização ganha ainda maior mobilidade. Levy lembra que a arca do primeiro dilúvio era única, as do segundo, são várias e intercambiam-se entre si. Muitos imperadores e mentes ignorantes se levantaram contra o conhecimento no decorrer da historia. Mas, esse novo “dilúvio” informacional é muito mais difícil de ser destruído pela ignorância.
 Pierre Levy reconhece que a tecnociência produziu tanto a bomba atômica quanto as redes interativas. Portanto, as técnicas não determinam nem as trevas nem a iluminação para o futuro humano. O mundo humano é ao mesmo tempo técnico, ou seja, permeado de técnicas e inseparável de signos que ele próprio criou. E, as verdadeiras relações são criadas entre os humanos que intercambiam a técnica e seus signos entre si.Neste contexto, surge à noção de ciberespaço, também designado por rede, o qual mais não é mais do que um novo meio de comunicação, que emerge a partir da interligação mundial de computadores. Segundo Pierre Lévy, este termo designa não só a infraestrutura  material da comunicação digital, mas também o universo oceânico das informações que ele alberga, bem como os seres humanos que nele navegam e o alimentam. Daqui se conclui que os internautas são produtores e consumidores da informação existente no ciberespaço.
Desta forma, o autor considera o ciberespaço como o sistema do cãos na medida em que a informação emerge exponencialmente na rede de forma desorganizada. Este crescimento da informação deve-se ao fato de a cada minuto, novos inputs ocorrerem na rede, sendo cada vez maior o n.º de computadores que se ligam ao ciberespaço através dos seus nós. Cada nó de uma rede em permanente expansão tem a capacidade de se vir a tornar um emissor e um recetor de nova informação, imprevisível, bem como a possibilidade de reorganizar uma parte da interação global.
No entanto,  uma vez que as mensagens mediáticas divulgadas na rede serão lidas por milhares de utilizadores, ela é composta de forma a gerar um denominador mental comum entre os destinatários. O principal evento cultural anunciado pela conjuntura do ciberespaço é a desconexão da universalidade e da totalização.  Atendendo à incapacidade humana de armazenar na sua “Arca de Noé” toda a informação, devido à sua  diversidade e constante mutação, cada indivíduo deve filtrar, organizar hierarquizar e armazenar a informação que considera relevante. Na rede iremos encontrar uma multiplicidade de “arcas” que representam os interesses pessoais dos indivíduos, reconstituindo-se a memória coletiva através da interação dos mesmos. A Web desenvolver-se a um ritmo vertiginoso, verificando-se a proliferação das ferramentas colaborativas, dos blogs, fóruns, comunidades virtuais de aprendizagem bem como das redes sociais. Desta forma, importa referir que a Internet sempre foi encarada como um ponto de conexão e de partilha, no entanto ao longo da sua existência a mesma tem apresentado um caráter evolutivo.