quinta-feira, 17 de março de 2011

Lévy, Pierre. Cibercultura. Conflitos de interesse e diversidade dos pontos de vista. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 1999. Cap. 8, p. 199

Faculdade do Sul da Bahia
Curso: Comunicação Social / Jornalismo
Período:
Orientador: José Lêoncio
Acadêmica: Mirian O. Ferreira


Pontos de vista das Mídias: Como fazer sensacionalismo com a net?

Pierre defende, entre outras coisas, um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis hoje na hora de promover a informação. Os profissionais das áreas de comunicação devem ter em mente que a Internet consolida-se como a nova mídia. Centralizando em um único veículo, o entretenimento da televisão somado aí uma gama de recursos como animações, charges, vídeo, fotografia, áudio e uma interatividade jamais comparada a qualquer outro meio de comunicação.

O jornalismo hoje está em crise, pois o modelo tradicional onde a informação de qualidade era centralizada está obsoleto. Colunistas viraram blogueiros e neste cenário o papel dos jornalistas deixou de ser o de especialista, aquele que detém o conhecimento, passando a atuar como mais uma conexão em uma sociedade que atua em rede.

O desenvolvimento das tecnologias digitais e a profusão das redes interativas querem ou não, colocam a humanidade diante de um caminho sem volta: já não somos como antes. As práticas, atitudes, modos de pensamento e valores estão, cada vez mais, sendo condicionados pelo novo espaço de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores: o ciberespaço.

Hoje, há muitas formas de expressão e exposição das idéias e produtos em todo o meio midiático mundial, por isso, é um truísmo dizer que, na contemporaneidade, o avanço tecnológico e científico estabelecido pelo surgimento de novos métodos e equipamentos da informática, de novos conceitos e convicções de comunicação é fruto de uma sociedade capitalista, sinalizada pelos parâmetros do consumismo e regrada pela veemente globalização. Assim, diante desse quadro, a sociedade se depara com uma obsessão fetichista perante toda essa tecnologia (tecnofetichismo). E exposta pelas noções como cibercultura, ciberespaço, advindos do surgimento da realidade virtual.
Por isso, a questão que se põe em pauta neste trabalho é a observação de alguns mecanismos trazidos pelas notícias, como pelas próprias propagandas empregadas na internet como uma forma de sensibilizar, atrair e seduzir o público para a obtenção de tal informação ou produto. E ainda de outro ponto de vista, chama-se de “Cibersexo” uma relação sexual á distancia por intermédio da rede e de combinações de realidade virtual, compreendendo óculos estereoscópicos, sensores de movimento e apalpadores sobre as zonas eróticas. Uma espécie de telemasturbação usando equipamentos de aparência sadomasoquista.
Existem também, ao contrário do “Cibersexo”, a máfia, os terroristas e as fotos para pedófilos tudo na rede (assim como em outros lugares).
Segunda Lévy, a realidade não é sensacionalista o bastante. A conotação negativa é apresentada na rede por algumas mídias vem também do fato de que, como já foi falado diversas vezes, o ciberespaço é justamente uma alternativa para as mídias de massa clássica. De fato, é permitido que os indivíduos e os grupos encontrem as informações que lhes interessam e também que difundam sua versão dos fatos (inclusive com imagens) sem passar pela intermediação dos jornalistas. O ciberespaço encoraja uma troca recíproca e comunitária, enquanto as mídias clássicas praticam uma comunicação unidirecional na qual os receptores estão isolados uns dos outros. Existem, portanto uma oposição de princípios, entre as mídias e a cibercultura, o que explica o reflexo deformado que uma oferece da outra para o público.
O que obviamente não impede que alguns jornalistas utilizem apaixonadamente todos os recursos da internet, e não proíbe de forma alguma que a maior parte das grandes mídias ofereça uma versão on-line de seus serviços.